Quarto - Chad, Hiro e Shiki

Tinha ignorado completamente o que os dois diziam conforme se afastava deles e do restaurante. Até porque, qualquer bom hotel tinha serviço de quarto, e Hiro só se mostrava ainda mais ignóbil por "precisar" que lhe dissessem pra saber disso. Não andava com pressa, embora fosse por achar que ia para o quarto sozinho, no entanto antes mesmo do elevador ter chegado, já os notava vindo. Respirou fundo e tentou se conter. Mas estava era tentado a pegar as escadas, apenas pra evitar o espaço pequeno dividido com aqueles dois.

- Vou sobreviver. Espero. – "tentou" se confortar, ao adentrar. Como não sabia o andar do quarto, e nem fazia questão de tentar calcular quantos apartamentos havia por andar pra achar o certo, apenas deu o número dele para o empregado do hotel, torcendo inutilmente pra que o elevador saísse sem que Hiro e Chad chegassem lá.

Em todo caso, foi em silêncio até o quarto, saindo de maneira um tanto arrogante do elevador, e abrindo a carteira em busca do cartão que abriria a porta. Não demorou para achar o número compatível e adentrar o local correto. E não se deu ao trabalho de deixar a porta aberta para os outros dois tampouco, fechando-a atrás de si logo que entrou, encaminhando-se pelo pequeno corredor, avaliando o ambiente.

Deparou-se com a sala e uma mesa redonda com quatro cadeiras. Porque havia quatro cadeiras sendo um quarto triplo foi um mistério que ponderou apenas por dois segundos, antes de se interessar mais por conhecer o resto do lugar. Avançou, ignorando quase completamente a pequena cozinha do lado e segurou momentaneamente no beiral da porta do quarto, como se hesitasse em entrar lá, quando viu as três grandes camas. Dirigiu o olhar curtamente para a TV ali presente, e, por fim, entrou de vez, indo atrás de sua bagagem. Como parecia estar toda ali, não havia mais nada no apartamento que quisesse ver de momento, já que essa era sua única preocupação. Assim sendo, buscou o telefone para chamar o serviço de quarto.

Pediu o Carpaccio que pretendia comer lá embaixo, antes, com um suco cítrico qualquer, e desligou, antes de reclinar-se na cama mais do canto, encostada na parede, clamando-a como sua sem dizer nada. Se Chad e Hiro quisessem pedir algo pra comer – já que desagradavelmente haviam resolvido segui-lo de novo – que ligassem e pedissem eles mesmos, afinal. Não era escravo de ninguém, pra começar.